Soneto.
Não pode Amor por mais que as falas mude
exprimir quanto pesa ou quanto mede.
Se acaso a comoção concede
é tão mesquinho o tom que o desilude.
Busca no rosto a cor que mais o ajude,
magoado parecer os olhos pede,
pois quando a fala a tudo o mais excede
não pode ser Amor com tal virtude.
Também eu das palavras me arredeio,
também sofro do mal sem saber onde
busque a expressão maior do meu anseio.
E acaso perde, o Amor que a fala esconde,
em verdade, em beleza, em doce enleio?
Olha bem os meus olhos
responde.
*AntónioGedeão
.............................................................................................................................. Tempos em tempos, de temporais
de ventos bravos
arrasantes
de memorias retrocida
de lembranças esquecidas
de valores desvalorizados
é passado
Mexer em gavetas
vasculhar entulhos
limpar o sotão
ver o que de bom ficou
e aparar as arestas que restou.
Fui buscar-te no breve passado
nada encontrei...
desejei vê-lo nas gavetas...
olhei no relogio do tempo
havia passado.
Onde ficou o sonho amado?
Vivo num passado vivido
e só por mim lembrado.
Será o amor um cometa que só alguns viajam em sua luz?
Valquiria
.
5 comentários:
Bonito!
António Gedeão e a sua ciência em perfeita convivência com as letras.
Um beijo
Sábias e belas palavras.
Bom final de semana
bjs
Olá Amiga Valquiria
Lindissimo este soneto.tem força, sentimento e sensibilidade.
Bom fim de semana
Beijos
Alvaro
Gedeão, como ele sabe e sente, na magia das palavras!
Bela expressão da linguagem do Amor, por muito que esconda diante do olhar!
Beijo e bom fim-de-semana!
Mama,
Recebi teu email e mais à noite irei responder.
Sempre nós. Lindo post amada.
Beijos da filhota e excelente domingo.
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