Estrela perigosa
*
Estrela perigosa
Rosto ao vento
Marulho e silêncio
leve porcelana
templo submerso
trigo e vinho
tristeza de coisa vivida
árvores já floresceram
o sal trazido pelo vento
conhecimento por encantação
esqueleto de idéias
ora pro nobis
Decompor a luz
mistério de estrelas
paixão pela exatidão
caça aos vagalumes.
Vagalume é como orvalho
Diálogos que disfarçam
conflitos por explodir
Ela pode ser venenosa
como í s vezes o cogumelo é.
como í s vezes o cogumelo é.
No obscuro erotismo de vida cheia
nodosas raízes.
Missa negra, feiticeiros.
Na proximidade de fontes,
lagos e cachoeiras
braços e pernas e olhos,
todos mortos se misturam e clamam por vida.
Sinto a falta dele
como se me faltasse um dente na frente:
excrucitante.
Que medo alegre,
o de te esperar.
***
Autor: Clarice Lispector
4 comentários:
*
um vendaval
feito Clarice,
agita o teu Postar .
,
brisas suaves,
deixo,
,
*
"Diálogos que disfarçam
conflitos por explodir"
Então... Calo-me!
Beijinhos
Ceiça
Minha querida amiga
Maravilhoso poema, muito profundo.
deixo o meu carinho e um beijinho.
Sonhadora
Clarice Arrebata!
Adorei o poema.
beijos
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