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O Vagalume


Quem és tu, pobre vivente
Que vagas triste e sozinho,
Que tens os raios de estrela,
E as asas do passarinho?

A noite é negra; raivosos
Os ventos correm do sul;
Não temes que eles te apaguem
A tua lanterna azul?

Quando tu passas, o lago
De estranhos fogos esplende,
Dobra-se a clícia amorosa,
E a fronte mimosa pende.

As folhas brilham, lustrosas
Como espelhos de esmeralda;
Fulge o íris nas torrentes
Da serrania na fralda.

O grilo salta das sarças;
Piam aves nos palmares;
Começa o baile dos silfos
No seio dos nenúfares.

A tribo das mariposas,
Das mariposas azuis,
Segue teus giros no espaço,
Mimosa gota de luz!

São elas flores sem hástea;
Tu és estrela sem céu;
Procuram elas as chamas;
Tu amas da sombra o véu!

Quem és tu, pobre vivente,
Que vagueias tão sozinho,
Que tens os raios da estrela,
E as asas do passarinho?

(Poema de Fagundes Varella)





2 comentários:

tecas disse...

Muito bonito este poema do Fagundes Varella. Tristeza e esperança em palavras de oiro. Obrigada querida por o dar a conhecer.
Sabe...o seu blog é uma beleza.
Bjinho amigo

Mariazita disse...

Olá, amiga
Espero que consiga vencer essa briga com a Net...

Uma boa semana. Beijinhos