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PESCANDO PALAVRAS

 
Fale comigo com a suavidade
dum voo de gaivota sobre o mar
não deixe nenhuma palavra cair e não fecundar.
Dome a desconfiança, a insegurança,
aperfeiçoei o gesto de amar.
Fale comigo como quem denga um bebe
não o faça por dever, seja maleável
ao toque das minhas palavras
não procure entre elas erros ou entrelinhas.
Falo de mim, de como sou, feche teus olhos físicos
me veja em você, dentro de você. Como você me vê?
As vezes uma vírgula estraga um anseio
e no muito procurar erros, achas.
Prum amor acontecer
sejamos cegos na claridade dos erros
frios no calor dos ciúmes
e indiferente a toda temperatura oscilante.
Saber amar, é bem mais que perdoar
é esquecer que precisa de perdoar.
É ignorar a magoa, renunciar a revanche.
É seguir cúmplice, comungando o viver
dando-se no prazer, de amar.
Mesmo que seja nesse voo rasante
sobre o mar sem nada pescar.
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VALQUÍRIA CALADO

Um comentário:

Anônimo disse...

já levei tanto coice injustamente que palavras quais forem, não me afetam mais.Nem as lindas. Me anestesiei de emoção por quem não vale a pena.