Bem vindos!

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Paixão enluarada.

Como num transe descomunal me encontrei entregue aos seus encantos
Não sabia bem onde tinha começado o enlace ou até onde iria resistir.
Mas tinha a convicção que está encantada, 
sem resistência física ou emocional.
Era como se tudo que tinha sido, tivesse desformatado no meu existir,
e  uma nova criatura surgia de mim com a força suficiente para abraça-la.
Numa eternidade que o coração determinara em lei única e irrevogável.
Eu amava a lua! num céu distante, inalcançável, 
com mudanças e fases incompreensíveis.
Eu amava a lua! 
Eu amo a lua, e tudo que posso fazer, é amar, 
e olhar as vezes com olhar marejado, 
deixando o sal arder na face rubra.
Ou tentar sorrir quando  as nuvens a esconde.
Amando a lua sou a criatura mais insegura que existe debaixo do céu; 
Me sufoca o ciume das estrelas  que a rodeia com seu brilho ofuscante, chamando sua atenção.
Mas a lua indiferente a tudo que sinto, 
não percebe o sal que arde nas feridas da alma.
A lua seguramente não precisa do meu amor, 
nem lhe chamo à atenção, não estou reluzindo...
Sou um asteroide girando ao seu redor, com gritos inaudíveis, 
com orbita despercebida.
Mas dentro de mim, uma energia acumula-se, 
um amor tão imenso que já não retenho, expande-se!
E  todas as coisas são sugadas num tempo e espaço contido no luar.
... Como uma nave errante, perdida do seu rumo,
eu navego em sua volta, sem permissão de pouso, 
nem atenção devida.
Eu navego consumindo minhas últimas esperanças,
condenado-me a morrer encantada com seu esplendor.
Amo a lua, queimo de paixão a cada noite quando a vejo apresada em esconder-se em nuvens sombrias, 
carregada pelos ventos a outros horizontes... 
Amo a lua, tanto a amo.

valquíria calado.

2 comentários:

Ana Rita Mateus disse...

"Eu navego consumindo minhas últimas esperanças,
condenado-me a morrer encantada com seu esplendor."

Tão sentido, tão soberbo.

Beijinhos

Graça Pereira disse...

A lua é e será sempre o símbolo dos enamorados!! Mas também sabe trair quando desaparece e volta depois charmosa, como uma rosa e volta a iludir... e sem grande arrependimento, ela vai mentir de novo!
Gostei do teu texto.
Beijocas
Graça