Bem vindos!

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Continuo minha viagem galopando ao vento, que me açoita impiedosamente.
Já não me importo com sua frieza nem com sua rudez.
Dentro do meu entendimento posso andar cuidadosamente 
esmiuçando cada pedregulho que encontro no caminho, e são tantos pelos caminhos...
Fui buscar nas origens a força e a robustez selvagem, acordar o animal
que reside em mim, pra que possa  seguir deixando atrás pegadas esquecidas.
Sobreviver instintivamente, sem emoções humanas, que só feri e não mata, deixa a padecer...
Quando percebi a inconsiderância, e a incoerência do ser em atuar num universo uno,
toda minha parte humana refreou-se em existir, e só o que me sobejou foi a bestialidade.
Nunca me foi tão difícil a sujeição do sentir, o confrontar da civilização,
tudo o que desejei foi enfiar as patas em coices, relinchar pra todos os lados,
como forma de protesto justo, assim me entenderia, e compreenderia que me foi
revoltante ter sido mula, se eu queria ser uma égua, solta e feliz em pastos verdes e frescos.
Mas o que restou em mim de humana, latente pulsar no peito resignadamente luta com a ventania,
 ergue-se no ar e solta um estridente gemido de dor... sai de cena a galope.
Por um infinito vale que se abre a minha frente, sem promessas e enganos,
com a convicção que tenho uma liberdade minha, um futuro meu, uma distância a percorrer.
Estarei só, confiante, e não mais me permitirei voar, sou um animal de patas.
Asas são pra anjos, aqueles que amam, e sonham, ou flutuam em nuvens de esperança.
 A mim me foi dado cascos que suportam as pedras, e todas as saliências do caminho.
Gosto do que sou e de como sou, e do vento que agora corre comigo,
acariciando-me como intimo companheiro de jornada, vamos subir a trilha da montanha
de lá poderemos ver o horizonte e nos lançar no futuro do amanhã.
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valquíria calado

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá
Belo blog, feliz por está aqui
Um abraço poético!

lenalima disse...

muito belo e profundo!
já copiei para mim!
abraços!!!