Partindo e chagando

Eu segurei tua mão, na imaginação  das minhas insonias
Era para dizer adeus, mas tudo que eu desejava era ficar,
descansar em teus braços por todo viver.

Eu pude imaginar teu olhar, perdido na distancia que nos separava
Tu não queria estar ali, ou tu não desejas ir?
Tu não me fitava, eu não me encontrava dentro do teu olhar.

Ias assim como quem tinha de ir, com pressa de chegar.
Esquecias das promessas, como se todo tempo fosse cumprido
e todas as esperanças findas.

Não chegamos a escalar montanhas, nem cruzamos rios,
nem ao menos me deste o prazer do por do sol.
Todos os sonhos foram descoloridos com sua partida.

Você viverá em mim... sua imagem distancia-se
mas seu perfume fica no ar, eu aspiro e fecundo-me.
Então toda manhã o sol reacende a esperança, renascendo os sonhos.

Nos encontraremos num dia de luz sob nuvens douradas...
ou entre nuvens pálidas de suave paz,
podendo até ser em escuras, mas raiadas de luz... nos encontraremos!

Lá no mais alto monte onde fincaste a bandeira deste amor,
e juraste eternidade, verdade, tão perto do céu... os anjos disseram amém.
Te espero anjo, estarei colhendo flores no vale abaixo até  tua vinda.
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Valquíria Calado