Numa tarde eu parei para observar o tempo
Vi o céu azul em sua profundidade
Senti os ventos encorporar velocidade e força...
Arrastadas foram as brancas nuvens,
dando lugar as pesadas e escuras.
Percebi a agitação das folhas jogadas
de um lado para o outro, impacientes...
Então grandes e fortes árvores inclinaram-se ao chão,
como se fossem subjugadas a um superior poder invisível;
Na sua amabilidade sábia!
E fortes chuvas caíram...
Lavaram o pó acumulado de folhas que já se sufocavam,
e vi as mortas caírem resignadas adubando a terra que as abraçaram...
Eu assistia a tudo como se houvesse um diálogo
pronunciado do alto, e com idioma bem compreensível.
E quando cessaram os ventos e os pássaros saíram
para sua última revoada da tarde, seu cantar virou encanto,
seu voo enriquecido em contraste com um céu maravilhosamente reluzente,
num ouro, de ouro, o mais precioso!
Lembrei que na Palavra de Deus fala-nos de um Céu semelhante.
Pensei:
Deus nos Chama para olharmos Sua Criação com olhos de Amor.
A revelação da sua promessa cintilava no horizonte em um arco-íris indecifrável!
Se soubermos olhar veremos um pouco do Paraíso ao nosso redor.
Obrigada Pai Criador, por todo Teu amor.

Valquíria Calado

(foto minha feita no momento poético no meu quintal)