O poetar se faz árido
Estarrecido busca aprofundar as raízes.
Quase nada de si é cor,
desbota-se as folhas ao vento...
Qualquer esforço em desabrochar é vã filosofia.
O adubo e a rega poética cessaram tornando-se deserto.
Tanto se quis semear, com anseio primaveril,
mas nada fecundo vingou sem amor.
Recolhidas foram as sementes desses campos estéreis.
Espera-se que com o tempo, o tempo propicie semear...
Valquíria Calado
4 comentários:
Também há estrelas no chão
Olá Valquíria!!
muito lindo!
Beijos
Fazer poesia pode ser semear estrelas no chão fazendo-as reflectir no Céu.
Fazer poesia também pode ser colher a flor dos gritos em silêncio num pântano semeado de desamor.
Paz e Bem para si e os seus.
Quando o poeta se cala, tudo se cala ao redor, não é mesmo? A esperança é que o solo do coração do poeta, por mais que pareça estar estéril, árido, no fundo ele tem uma reservinha de inspiração, e brota de novo. Porque a poesia é mais forte que a ervas daninhas. Parabéns, Valquíria. Beijosssss.
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