Olhando o tempo vivido na janela do tempo
posso ver montanhas, lagos e flores, em estações diversas...
Vi no espelho das águas a paz, tão plena que podia refletir o céu.
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E no céu um lago profundo nas densas nuvens.
Lá e cá o mistério insoldável do destino...
Vislumbrei as montanhas e lembrei tantas vezes a quis transpor...
Então outra vez meus olhos foram mar
que transbordaram na ardência do meu coração.
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Recuei quando o sol fez sombras frias e imagens assustadoras
engoliam os sonhos, deixando-me impotente diante das emoções frágeis...
Ao mesmo tempo o vento trazia o perfume das flores,
como numa interminável primavera
eu sentia o impulso dos sonhos me levando a crer...
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Eu entendia seu dizer
"só mais essa vez, tenta, o renovo primaveril te dá forças"
Diante deste cenário perco-me...
Olhado vazio à dentro navego no mar indo mais fundo...
Reconheço falta-me coragem para fechar a janela dos meus queres,
quando expande-se a sensatez no meu viver.
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Valquíria Calado.
3 comentários:
Uma visão muito poética da vida.
Os quadros que se desenham são fruto do nosso interior que os pinta em quadros multicoloridos.
Alguns dias são flores e cheiros de felicidade, mas outros dias a tristeza dá-lhe cores muito diferentes e mais carregadas de sofrimento que ninguém pode traduzir.
Quanto tempo não venho aqui, e hoje sou pego pora esse lindo texto.. como todos, né? Verdade, a gente não resiste, e nãoo fecha mesmo a janela do nosso querer, ainda que no horizonte não se vislumbre o que se quer. parabéns .bjsssssss
Um texto muito belo. É melhor não fechar a janela do tempo pois sabe passar por ele com emoção.
Beijo.
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