Se eu pudesse gritar bem alto,
expulsando essa dor de dentro de mim,
pra nunca mais a encontrar.
Se eu tivesse a chance de fazer tudo outra vez
apagaria meus erros, silenciaria meus gemidos
pra que tu nunca viesse a saber do tom.
As lágrimas reteria em odres de barro
pra que fossem absorvidas pelo vento
e pudesse esquece-las no caminhar
Se fosse possível viver e reviver
tantas vezes até o começo quanto o fim
saberia eu a direção certa por onde andar.
Qual antídoto tem o veneno de amar
sem futuro, vendo o passado se quebrar
com presente estagnado.
Mas a questão é a dor, minha dor
implacável dor, miserável dor
o grito que retenho entre mãos.
A sede que me mata, a vergonha de querer
a imensurável derrota da rejeição
o olhar que lanço a esse pedaço de pão.
A fome de amor é a desnutrição da alma
a desidratação do coração
o apelo de quem sofre a insurreição.
O viver desse amar, o morrer de sonhar
a desesperança no olhar
o recolher-se pra não te buscar.
Tenho vergonha de mim
da emoção que expôs
do ridicularizo que escrevi.
De tudo que fiz, e faço tenho asco
de chorar aos teus pés, de gritar a dor
e de te importunar com esse amor.
Te leio e releio, procurando espaço
em ti não me acho
nem nas rachaduras do teu chão.
Choro a tristeza muda
de quem por amor se anula
sem desejo de recomeço, nem de perdão.
.
valquíria calado
valquíria calado
2 comentários:
Sentido?
Espero que não. Espero e desejo...
Prefiro pemsar que é apenas uma ajuste de contas contigo mesmo...
Não consigo imaginar como podes ter vergonha de ti...Palavra de merda essa de "vergonha"... Nem penses que é tua. Nunca será!!!
Dor? Dor é para quem deseja amor, teve, tem ou terá. A tua dor já aceito. Porque facilmente te imagino com um grande amor:)
Quanta força Valquiria...
Muito bom!
Postar um comentário